As equipes do Cruzeiro Futsal e do Lá Máquina denunciaram casos de atos com cunho racista em seus jogos do último final de semana, pela Série Prata. Nos dois casos, há fatos relatados, em súmula, pelas arbitragens dos jogos.
Em São Francisco de Assis, conforme o documento assinado pela equipe de arbitragem, o atleta Vinícius (Chiquinho), do Cruzeiro, relatou ter sido alvo de ofensas racistas quando recebia atendimento, já nos minutos finais do jogo. Segundo o relato da súmula, a arbitragem não chegou a presenciar o fato, não sendo possível identificar o torcedor responsável pelo ato. O jogo prosseguiu, com a vitória da AFA por 6 a 4 sobre o Cruzeiro.
Já em Lavras do Sul, segundo a súmula da partida, torcedores estariam entoando um cântico com cunho racista ainda antes do jogo. Quando as equipes se perfilaram para o início da partida, a torcida teria mudado o cântico. O jogo foi iniciado e, ainda no primeiro tempo, a arbitragem relatou que após uma expulsão houve uma briga generalizada. O árbitro decidiu por suspender a partida por falta de segurança.
Conforme a diretoria da Federação Gaúcha de Futsal, os fatos já são de conhecimento da entidade que encaminhou os documentos dos jogos para a procuradoria que deverá formular as denúncias junto ao TJD, para que os casos sejam encaminhados à julgamento. Ainda não há previsão de uma data prevista para a realização da audiência.
Até a publicação desta notícia, o La Máquina ainda não havia se pronunciado oficialmente. O Cruzeiro publicou, através das redes sociais, uma Nota de Repúdio. Confira abaixo.
Nota de repúdio
A Associação Cruzeiro Futsal, juntamente com os atletas e comissão técnica, vem a público manifestar sua solidariedade com o Atleta da equipe adulta do Cruzeiro no fato ocorrido no sábado passado dia 30 de julho.
Nosso time sofreu um ato de racismo na cidade de São Francisco de Assis, onde um dos torcedores presente no Ginásio proferiu palavras racistas ao atleta Vinicius de Moura (Chiquinho).
Atos estes relatos em súmula pelo árbitro da partida.
Repudiamos veemente a atitude do torcedor em questão e pedimos as devidas providências aos organizadores da competição e cobramos uma posição da AFA, e demais autoridades presentes no local.
Atos como esse não representam a imagem do Futsal gaúcho e não deveram mais ser tolerados.
Nós atletas, nos deslocamos de nossa cidade, deixamos nossas famílias em casa, para fazer o que mais gostamos, que é jogar futsal!
Não somos remunerados, não vivemos do futsal, todos são trabalhadores. Fizemos esse esporte por amor, e muitos na esperança de conseguir realizar o sonho de se profissionalizar como atleta.
É inadmissível que em pleno século 21, aconteçam essas barbáries.
Está na hora de alguma providência ser tomada!
Todos os atletas merecem acima de tudo respeito.
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Direção do Cruzeiro Futsal
Atletas e Comissão Técnica do Cruzeiro Futsal