Ainda quando adolescente em Bom Jesus e estudando em escola pública da rede municipal nas aulas de educação física só tínhamos como jogar futsal pois não havia campo disponível. A quadra era no pátio da escola e o piso era de concreto puro com alguns buracos, mas quem ligava pra isso. O importante mesmo era juntar cinco pra cada lado e fazer a bola rolar, uma bola pesada que tinha poucos dias de durabilidade por causa das condições adversas do terreno. Mas era um momento muito especial, eu era goleiro, joelho esfolado eram os dois por partida.
Era um jogo competitivo, mas sem nada de esquema tático, de quartetos e tal. Isso era década de 90. Fica a seu critério pesquisar qual era a realidade do futsal no Estado e no Brasil naquela época. Estava em Bom Jesus passando por esta experiência que nunca imaginaria que anos depois iria descrever em um texto para um site que aborda o tema.
Ainda na reta final de conclusão do Ensino Fundamental a prefeitura inaugurou o primeiro ginásio municipal com uma grande quadra de futsal, piso de madeira tratada e bem pintada e enormes vestiários. Tínhamos a possibilidade de jogar uma hora por semana lá, bem no meio da tarde, das 15h às 16h. Era sempre um encontro marcado por muita ansiedade entre uma semana e outra. Mesmo lá não consegui uma vaga no time que não fosse no gol. Depois da construção desse ginásio equipes foram formadas e o um campeonato municipal foi organizado e em pouco tempo se tornou um dos mais fortes da região. Era, no entanto, uma época que valia mais a competitividade mesmo sem nada de tática.
Atualmente que se vê o quanto evoluiu o futsal e se tornou um esporte com bom espaço no cenário nacional. Um esporte que tem muitos adeptos e tende a crescer ainda mais. Até a conclusão do Ensino Fundamental todas as quartas (se não me engano) o ginásio Leandrão era nosso local de encontro para jogar uma partida de futsal, mas talvez não era só isso, era a construção de amizades, de algo que estaríamos aprendendo para a vida.
Redigido por Aldoir Santos.