Jorginho será o treinador do VMDL, na volta de Porto Alegre ao estadual de futsal.

Depois de sete anos sem representantes no estadual de Futsal, Porto Alegre voltará em grande estilo para a disputa da Série Bronze, pela FGFS, em 2023. O VMDL terá à beira da quadra, no comando técnico da equipe, a lenda do futsal brasileiro, Jorginho Treze. Há exatos 30 anos, Jorginho foi o primeiro jogador brasileiro escolhido o melhor do mundo pela FIFA, e agora, aos 54 anos, tem no projeto de crescimento do VMDL a oportunidade de também começar a brilhar do lado de fora da quadra.

“Essa oportunidade é como um presente para mim. E é especial por ser uma equipe de Porto Alegre, que há muito tempo não está no cenário do futsal gaúcho. Gostei do projeto, e vejo nele uma oportunidade de crescermos juntos”, diz o novo técnico do VMDL.

É que Porto Alegre tem papel fundamental na trajetória vencedora do Jorginho. Aos 17 anos, ele saiu do Rio de Janeiro para se aventurar no futsal gaúcho, com a camisa do Grêmio. De lá, foi para a GM, de São Paulo, e em 1989, foi convocado pela primeira vez para a Seleção Brasileira. Três anos depois, conquistou o Mundial, em Hong Kong e levou o troféu de melhor jogador do planeta.

“O Jorginho é um símbolo do futsal brasileiro, um nome ideal para o momento que estamos vivendo no VMDL. Será nossa primeira participação no estadual, depois do vice-campeonato do Citadino de Porto Alegre em 2022, e queremos entrar na competição para crescermos. O Jorginho terá muito a nos ensinar dentro e fora de quadra”, valoriza o presidente do VMDL, Rodigo Paines. Foram 15 anos de Seleção

O primeiro contato entre eles aconteceu justamente durante a disputa da final do Citadino deste ano, quando Jorginho foi apresentado ao projeto.

E quando ele fala de ensinamentos, não é pouca coisa. Foram 15 anos do Jorginho Treze vestindo a amarelinha, período em que se tornou uma marca para os apaixonados pelo futsal. Lembram dos tênis do Jorginho?

“O futsal me deu tudo o que eu tenho. No meu trabalho, eu tento sempre levar o que eu considero como marcantes na minha trajetória, que é o sorriso. Aquela coisa de encarar a bola como um brinquedo, uma diversão. O futsal precisa ter, principalmente aqui no sul, pegada, sim, mas também qualidade técnica e irreverência”, comenta o Jorginho.

No Rio Grande do Sul, Jorginho marcou época ainda pela Enxuta, a lendária equipe de Caxias do Sul. Teve passagens ainda pelo Internacional, foi um dos raros jogadores a vestir as duas camisas da dupla Gre-Nal, UCS, Juventude e encerrou a carreira como jogador aos 42 anos, defendendo o Atlético do Vale, de Parobé, cidade onde reside e mantém um projeto social para ensinar o futsal para crianças.

O “professor” Jorginho Treze

Mas foi bem longe daqui que Jorginho Treze pegou a prancheta pela primeira vez. Depois de dez anos atuando no Exterior, quando estava na Rússia, pelo Spartak, no começo dos anos 2000, ele dividiu as tarefas de jogador com treinador. É de lá que traz algumas das ideias que pretende implementar no VMDL.

“Minhas equipes têm um sistema de marcação muito forte, e é isso que permite maior liberdade para quando temos a bola. Aí, sim, com a bola, gosto que o jogador seja livre, porque ele é a estrela dentro da quadra. Minha ideia é trabalhar com dois padrões de jogo que podem ser bem aprimoradas pelos atletas. E, claro, terá toda a nossa experiência para ajudar o time como um todo”, explica.

Como técnico, Jorginho Treze ainda trabalhou pela APF, de Parobé, e o Gramado Futsal, ambos projetos em suas fases iniciais, como o VMDL, à frente do Rabelo Futsal, de Alvorada, chegou ao quarto lugar no estadual e ao vice-campeonato na Copa dos Campeões. E ainda, com o União Gaúcho, de Taquara, chegou à semifinal estadual.

Com a equipe de Porto Alegre, além da disputa da Série Bronze, Jorginho Treze terá os desafios da Copa dos Campeões, Citadino de Porto Alegre e Copa Rio-Grandense de Futsal.

Criado em 2012, o VMDL tem histórico de participações e conquistas em torneios de futsal em Canoas, Viamão e da Arena Paroquial, na zona norte de Porto Alegre. Durante a pandemia, destacou-se pela atuação social, com arrecadação de mais de duas toneladas de alimentos.

De acordo com Paines, porém, o projeto avançou, verdadeiramente, para se tornar uma equipe competitiva de futsal a partir deste ano, com o fim da pandemia. Foi quando o VMDL filiou-se à FGFS e chegou à final do Citadino.